São Gonçalo está de luto. E não importa se é oficial ou não.
Um pai de família foi morto na porta de casa por que era preto.
É isso mesmo que você leu. Morreu por que era preto.
Um cidadão de bem decidiu sacar sua arma e atirar em Durval, de 38 anos, porque ele parecia um bandido. Segundo ele, ficou com medo de ser assaltado.
Durval estava chegando em casa, em frente ao seu portão. Foi morto a tiros. Estou repetindo mesmo. Pra ver se a gente deixa de banalizar a morte e se toca nisso.
Uma criança de 6 anos ouviu seu pai ser morto. Uma criança de 6 anos esperava ver seu pai voltar do trabalho. Não vai ver nunca mais.
Você consegue entender o tamanho dessa crueldade?
Uma pessoa que tinha uma arma para se defender, usou achando que estava fazendo isso. Ela achou que pelo simples fato de Durval ser preto, era um assaltante.
E o racismo não para por aí. Na delegacia, o assassino foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A vida de Durval não vale de nada nem depois que o assassino viu a merda que fez. Como que alguém que toma vários tiros foi assassinado “sem querer?”
Luziane Teófilo, mulher de Durval, disse que escutou os tiros. Ela afirma ainda que o marido morreu porque era preto.
“A minha filha, que tem 6 anos, estava esperando por ele. Imediatamente ela olhou pela janela e disse que era o pai dela”.
Se isso não é o diagnóstico que nossa sociedade deu errado e que precisa mudar, eu não sei o que é. #JustiçaPorDurval