Mãe, hoje eu acordei pensando nessa foto. Poucos dias depois do meu nascimento. Ela me fez olhar pra trás e entender como a gente chegou até aqui.
Eu ainda não consegui mensurar, mesmo com 22 anos do seu lado, a coragem que você teve para me colocar no mundo. Eu não consigo. Com 16 anos ficar grávida e ouvir de quem a engravidou que era abortar ou ficar sozinha. E hoje estamos aqui.
Eu lembro de todos os preconceitos que você sofria. Mãe solteira. Muito jovem. As outras mães adoravam se sentir melhor que você. Até proibiam os filhos de brincar comigo. Mal sabiam elas que estavam de frente com a mulher mais corajosa do mundo. Nunca vi coisa igual. Trabalhar pra ganhar 200 reais por mês e gastar tudo comigo.
Mãe, estou passando pela fase mais desafiadora da minha vida. Em 15 dias as pessoas vão escolher seu filho para representá-las. Isso mesmo. O seu filho. E todo mundo que pensa em mim, que quer votar em mim, tem a obrigação de saber de onde vem tanta vontade de trazer esperança.
Todas as mensagens bonitas que eu recebo só tem um erro: não vem com você em cópia. Não existe João Vitor sem você, Renata de Paula Pires Nascimento, a mulher mais forte que eu já conheci.
O ponto mais importante do meu currículo é ser seu filho.
Te amo.